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Críticas à operação da Polícia Civil no quartel do BPCHOQUE geram polêmica e questionamentos sobre ações de segurança pública

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A operação realizada pela Polícia Civil no quartel do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPCHOQUE) em Palmas, na última semana, tem gerado intensas críticas e questionamentos sobre sua necessidade e eficácia. A ação, que envolveu sete viaturas e cerca de 50 policiais civis, tinha como objetivo o cumprimento de mandados de busca e apreensão no quartel, com foco em dois armários pertencentes a policiais militares. No entanto, a operação resultou na apreensão de poucas evidências e levantou dúvidas sobre a real motivação por trás da ação.

Segundo informações obtidas, as armas que motivaram a busca já haviam sido entregues à Polícia Civil antes mesmo da operação. Dessa forma, o envio de grande efetivo para o BPCHOQUE, especialmente em um local de fácil acesso e sob vigilância, foi classificado por críticos como “exagerado” e “desproporcional”. Além disso, fontes afirmam que cinco medidas cautelares envolvendo o uso de tornozeleiras eletrônicas poderiam ter sido executadas sem o grande aparato policial. “Bastava a Corregedoria da PM ser acionada para apresentar os militares, conforme decisão judicial”, afirmou um policial militar, que pediu para não ser identificado.

Outro ponto que gerou polêmica foi o vazamento de informações da operação para a imprensa, antes que os advogados dos policiais tivessem conhecimento do caso. Durante a cobertura da ação, uma jornalista afirmou que o delegado responsável pela investigação “acreditava que o incidente estava ligado a uma possível vingança ou ritual de batismo” da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas), o que causou indignação entre membros da Polícia Militar e da própria Polícia Civil.Muitos questionam a falta de provas concretas que sustentem as acusações feitas contra a Rotam, uma unidade com mais de 16 anos de atuação e conhecida por suas operações táticas em Tocantins. “O delegado não deve basear-se em suposições. Acusações dessa natureza precisam ser fundamentadas com provas sólidas e tratadas com responsabilidade”, comentou um oficial da PM, criticando a condução da investigação.

Além das críticas à operação em si, há preocupações de que tais ações possam comprometer a integração entre as forças de segurança pública, enfraquecendo o combate ao crime organizado. Para alguns, a exposição pública de supostos detalhes operacionais, como o funcionamento do sistema de câmeras OCR, utilizado para monitorar veículos suspeitos, pode beneficiar criminosos. “Essas informações são estratégicas no combate à criminalidade, e sua divulgação indevida pode dificultar o trabalho das polícias”, alertou outro oficial da PM.

O aumento da criminalidade em Palmas e no Estado do Tocantins é outro tema que foi levantado em meio ao debate. Policiais militares afirmam que, apesar dos esforços constantes da PM no combate à violência, a Polícia Civil não tem colaborado de maneira eficiente na resolução de crimes. “Queremos ver uma resposta concreta aos crimes que estão acontecendo na capital. Prender policial é uma tarefa fácil, mas resolver os crimes comuns parece não ser prioridade”, declarou um integrante da corporação.

As críticas também fazem referência a casos emblemáticos envolvendo policiais civis que, até hoje, não tiveram desfecho. Entre eles, a morte do sargento Rodrigues, que foi baleado por um delegado durante uma abordagem em um bar em Palmas, e o assassinato de um estudante universitário em 2014, vítima de uma bala perdida disparada por um agente da Polícia Civil. Ambos os casos ainda aguardam resposta da Justiça.

As tensões entre as duas forças de segurança parecem crescer, e a questão que se coloca é sobre a eficácia das operações e o impacto na segurança pública do Estado. Enquanto as acusações contra os militares ainda estão sendo investigadas, a sociedade espera que as forças policiais atuem de maneira conjunta para garantir a segurança e a justiça para todos.

A reportagem aguarda um posicionamento da Secretaria da Segurança Pública sobre os casos de homicídios que envolvem um delegado e um policial civil.


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