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Tocantins

Falta de efetivo expõe fragilidade da Polícia Militar em Palmas e deixa população em insegurança

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Apesar das postagens em redes sociais que exibem ostensividade e presença constante, a realidade da segurança pública em Palmas é bem diferente do que a Polícia Militar do Tocantins (PMTO) tenta demonstrar. A capital, que hoje conta com mais de 302 mil habitantes, dispõe diariamente de apenas quatro viaturas para atender ocorrências em toda a cidade. O resultado é uma sensação crescente de insegurança, já que muitas chamadas ao 190 ficam sem resposta imediata.

Estrutura insuficiente

Na prática, o 1º Batalhão da PM, comandado pelo tenente-coronel Thiago Monteiro, cobre todo o Plano Diretor com somente duas viaturas – cada uma com dois policiais. A mesma realidade se repete no 6º Batalhão, sob o comando do major Addson Acácio Pimentel, que abrange a região mais populosa da cidade. Ou seja, quatro carros tentam suprir a demanda de uma capital inteira, realidade que revela a insuficiência do efetivo.

Embora eventualmente conte com reforços das tropas especializadas – ROTAM, GIRO, GOC e Choque –, e equipes da Força Tática de ambas as unidades 1º e 6º BPM, a presença dessas equipes é rotativa e não resolve o problema diário da falta de policiais nas ruas.

Contradição entre discurso e realidade

Enquanto a população sofre com a demora no atendimento de ocorrências, as redes sociais da PMTO exibem dezenas de imagens de viaturas em ações aparentemente espalhadas por toda a cidade. O contraste entre a comunicação oficial e a rotina vivida pelo cidadão comum revela um abismo preocupante.

Além disso, parte significativa do efetivo que deveria reforçar o policiamento ostensivo está cedida a funções administrativas ou de assessoramento em órgãos públicos. Há ainda relatos de militares atuando como seguranças de políticos, juízes, desembargadores e até mesmo em atividades particulares, como transporte de familiares de autoridades para escolas, shoppings e academias.

Quando a prioridade não é o cidadão

O reflexo dessa situação é sentido diretamente pela população, que ao ligar para o 190 em momentos de emergência, muitas vezes recebe como resposta que não há viatura disponível. Empresários, trabalhadores e cidadãos em geral acabam reféns da criminalidade e da sorte, na expectativa de que o atendimento não demore ou de que os criminosos desistam da ação antes de consumar o delito.

A crítica se acentua diante de situações em que a corporação mobiliza efetivos consideráveis para eventos privados. Um exemplo recente foi o show da dupla Henrique e Juliano, em Palmas, que contou com forte presença policial. A coincidência chamou atenção, já que o comandante-geral da PMTO, coronel Márcio Barbosa de Mendonça, é sogro de um dos cantores.

População desprotegida

No fim, o que se observa é que Palmas depende de quatro viaturas para proteger uma população de mais de 300 mil pessoas. Um número irrisório diante da necessidade e que expõe a fragilidade da segurança pública. Enquanto a PMTO mantém uma imagem de força em suas publicações, a “verdade nua e crua”, como descrevem moradores, é a de uma população deixada à mercê da violência e da falta de estrutura.


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