A Polícia Civil do Tocantins (PC-TO), por intermédio da Divisão Especializada de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), de Palmas, deflagrou nesta quinta-feira, 30, na cidade de São Paulo (SP), a operação denominada “Operadora Paralela” cujo objetivo é a desarticulação de associação e organização criminosa especializada em ataques conhecidos como “SIM Swap”, que consiste na transferência fraudulenta das linhas telefônicas das vítimas para chips (SIM Cards) mantidos sob controle de criminosos.
A referida operação é um desdobramento de investigações que tiveram início no mês de outubro de 2021, quando uma vítima residente em Palmas perdera o controle do seu número de telefone e, após a alteração de suas credenciais por criminosos, acabou por ter todas as suas contas em redes sociais invadidas.
As investigações revelaram que, a partir dos ataques de SIM Swap, o grupo realizava, sempre com o objetivo de obtenção de vantagens econômicas, uma série de outras infrações penais em meio virtual, tais como invasão de dispositivo informático (com o apossamento criminoso das contas em redes sociais das vítimas), estelionato (mediante postagens de vendas por produtos fictícios no perfil invadido), extorsão (exigência de valores às vítimas para resgate das contas invadidas).
Além disso, os suspeitos também praticavam o crime de falsa identidade (criminosos assumiam a identidade das vítimas em redes sociais, inclusive trocando mensagens com seus seguidores), havendo também indícios quanto ao cometimento dos crimes de lavagem de capitais e de falsificação de documento público.
Cumprimento de mandados
Com a deflagração da operação “Operadora Paralela”, foram cumpridos 14 mandados judiciais, sendo três de prisão temporária e 11 de busca domiciliar, todos em endereços situados em São Paulo (SP), ao que estão sendo ouvidos em sede policial diversos investigados. Ainda durante os trabalhos policiais, foram apreendidos cartões bancários, chips, possíveis documentos falsos, aparelhos celulares, computadores do tipo gamer, além de outros objetos.
De acordo com o delegado-chefe da DRCC, Lucas Brito Santana, os componentes da associação e organização apresentavam contumácia na invasão de perfis em redes sociais, sobretudo no Instagram, tendo como vítimas, preferencialmente, profissionais dos segmentos da saúde e estética de diversas regiões do Brasil, todos com inúmeros seguidores.
Ainda segundo a autoridade policial, o grupo criminoso apresentava uma nítida divisão de tarefas, alocadas em três frentes de atuação, quais sejam; Núcleo de Coordenação/Chefia, o qual era incumbido de fazer o acesso às mídias sociais invadidas da vítima do SIM Swap, bem como a cooptação de agentes/colaboradores; o núcleo operacional, por sua vez, detinha a função de executar a portabilidade fraudulenta do número telefônico da vítima; e por fim, o núcleo financeiro ficava responsável pela pulverização dos valores ilicitamente auferidos no sistema bancário.
Nome
O nome da Operação “Operadora Paralela” faz referência ao modo de agir dos investigados, os quais, valendo-se da estrutura das operadoras de telefonia, seja por meio da utilização indevida dos sistemas destas empresas ou mesmo da cooptação de seus colaboradores, logravam êxito no resgate criminoso da linha telefônica de terceiros.
Forças policiais
Além da DRCC – Palmas, a operação contou com o valoroso apoio de diversas forças policiais dos Estados do Tocantins e São Paulo: Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado / DRACCO (TO), 1ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado / 1ª DEIC – Palmas (TO), 6ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado / 6ª DEIC – Paraíso do Tocantins (TO), Divisão Especializada de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária / DRCOT – Palmas, Núcleo Especializado de Computação Forense – Palmas (TO), Divisão de Operações Especiais / DOE (SP), Divisão de Capturas (SP), Grupo Armado de Repressão a Roubos / GARRA (SP), Grupo Especial de Reação / GER (SP) e Departamento de Operações Policiais Estratégicas / DOPE (SP).
Revisão Textual: Vania Machado