A matriz cultural do teatro no Estado do Pará, remonta o século XVII, quando aqui chegaram, os primeiros missionários dispostos, a catequizar os índios e trazer lazer aos moradores. Nos séculos seguintes com o bom do ciclo da borracha, serão construídas as grandes casas de espetáculos, tanto na capital quanto nós municípios de Santarém, Óbidos e Cametá. O movimento evoluiria de companhias de viajantes e estáveis, até o surgimento dos primeiros grupos, de teatro e posteriormente, coletivos, atravessando diversos períodos conturbados ou não, na história distinta da cultura paraense.
Chegamos ao nossos dias, não existindo um plano, para o desenvolvimento, da linguagem do Teatro no Estado do Pará, os últimos estudos feitos nessa área, ainda remontam o governo Ana Júlia Carepa, que havia criado um departamento específico, dentro do seu governo, para cuidar de todas as problemáticas que envolve o segmento no estado, porém de lá pra cá, muita coisa permanece estagnada, sem um avanço definitivo na área.
Se na capital as coisas, caminham em ritmo lento, nas regiões Carajás e tapajós a arte sobrevive, por insistência de seus militantes e fazedores.
A atual detentora da pasta da cultura, Sra. Úrsula Vidal, já viajou todo o Estado do Pará de dimensões continentais, é conhecedora nata, das precariedade do setor, que vão, para não citar todos :
1- O custo por regiões ,de toda uma mão de obra que se faz necessária para a produção ,pesquisa, circulação e montagem.
2 – Difusão do conhecimento técnico que envolve a área do teatro. O que continua chegando nos municípios, são incipientes oficinas e não cursos técnicos.
3- Criação e fortalecimento dos já existentes, festivais e mostras por regiões, descentralizados do eixo capital.
4- levantamento das casas de espetáculos e manutenção desses equipamentos, fora da cidade de Belém.
5- Organização de um ” Guia Cultural do Estado”, impresso e On LINE, por regiões .
6- Criação de uma rede midiática, de discussão exclusiva entre o segmento e o poder público, em consonância com grupos e coletivos no estado.
Já que a plataforma do estado, criada pela secult Pará, sobre os movimentos culturais no Estado, apenas mapeou estaticamente seus fazedores e não as problemáticas, que travam e envolvem essas linguagens.
Pela ausência de um diagnóstico e estudo do setor, fica difícil traçar metas, concretas para o desenvolvimento da linguagem.
O editais ofertados pelo governo do estado, não conseguem abarcar, o volume de produções do setor.
A própria equipe presente na secult Pará, não é a cara representativa do estado, como um todo, por regiões.
Enquanto o movimento teatral do estado, aguarda um olhar mais delicado, do poder publico, nós lembramos do dramaturgo russo Anton Tchekhov, que diz : ” A Arte Teatral , jamais poderá ser compreendida, sem prática”.
por: Doddy Amancio